José Loreto relembra adolescência com diabetes: "Nos meus 15 anos eu tinha vergonha"
Publicada:02/10/2018 16:24:00
Redação/RedeTV!
(Foto: Reprodução/YouTube)
A apresentadora Giovanna Ewbank resolveu abordar, em seu canal no YouTube, nesta terça-feira (2), um assunto sério, mas de forma bastante descontraída. A loira convidou o ator José Loreto e o irmão Luca Baldacconi para conscientizar o público sobre a diabetes tipo 1. Ambos compartilharam suas experiências de como descobriram a disfunção e como se adaptaram a ela no cotidiano.
Segundo Ewbank, Loreto serviu de grande inspiração ao irmão, Luca, que, por meio do exemplo do artista, percebeu que é possível levar uma vida normal com a diabetes, sem vergonha. Mas no início, quando descobriu que tinha a doença, entre 14 e 15 anos, o ator global também se sentia constrangido ao lado dos amigos.
"Com 15 anos eu tinha essa vergonha de fazer meu teste. Imagina, uma sala de aula com 50 jovens brincando, comendo chocolate e eu [simulou a picada no dedo para conferir a glicose] ... Aí vinham 10 perguntando: 'o que é isso?'. 'Caraca'", relembrou Loreto.
Hoje, contudo, o ator conta que mudou de postura e aplica insulina em qualquer lugar, até mesmo no metrô, a fim de incentivar outras pessoas que descobriram ter diabetes tipo 1. "Uma vez no hospital a criancinha me olhou e a mãe disse: 'olha, filho, este menino é diabético. Aí ele disse: 'Ah, então eu posso ser grande?'. A partir dali eu falei: 'Eu tenho que levantar mais essa bandeira'", afirmou.
Embora tenha tido vergonha no início, José Loreto lembra que sempre foi bastante consciente sobre a importância de se cuidar e fez questão, desde o começo, de aprender a aplicar insulina e seguir à risca o tratamento. "Eu falei: 'cara, ou eu fico rebelde, né, e não aceito - porque dá uma certa vontade de não aceitar e viver a vida como se não tivesse diabetes ... só que aí, em cinco ou dez anos, eu ia estar todo complicado. Eu poderia estar cego, amputado", disse o artista.
Atualmente, contudo, o tratamento deixou de ser um sacrifício e já faz parte da rotina de Loreto. "Se o cara que tem colesterol alto come as coisas que prejudicam vai dar ruim. O cara que é super míope e não usa óculos não vai enxergar. Então, o cara que é diabético tem que ter uma boa alimentação, fazer esporte, tomar insulina e medir a glicose. Parece complicado, mas é isso: você tem dente e tem que escovar os dentes", comparou.
E para monitorar a glicemia, tanto Luca como Loreto usam um pequeno sensor no corpo que permite verificar de segundo a segundo como está o nível de glicose no sangue. Luca utiliza o imperceptível aparelho no braço; Loreto, por outro lado, prefere usar em um lugar mais escondidinho: "Depois que botei na bunda, não tiro mais. Fica mais discreto", declarou. Pelo visto, a esposa aprovou a escolha. "Ela me acha um cara meio robótico", brincou.