Morre Bibi Ferreira, aos 96 anos, vítima de parada cardíaca no Rio
Publicada:13/02/2019 14:55:00
Redação/RedeTV! com Agência Brasil
(Foto: Reprodução/Instagram)
Morreu na tarde desta quarta-feira (13) a atriz, cantora, compositora e diretora Bibi Ferreira, aos 96 anos. Grande nome do teatro brasileiro, Bibi foi vítima de uma parada cardíaca e faleceu em sua casa, no Flamengo, no Rio. A informação foi confirmada pelo assessor de imprensa dela, Paulo Montenegro, ao portal da RedeTV!.
No último ano, Bibi chegou a ser internada com quadro de desidratação no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, no Rio.
Aos 94 anos, ela descartava a aposentadoria: "Vivo do meu trabalho, dependo dele para pagar as contas, para comer. Mas, quer saber? Mesmo que não dependesse, nunca deixaria de trabalhar. Parar é uma coisa que nunca passou na minha cabeça, jamais me aposentaria".
REVEJA A ENTREVISTA DE BBI FERREIRA NO MARIANA GODOY ENTREVISTA EM 2015:
Biografia
Até o ano retrasado, a atriz, diretora, cantora e compositora Bibi Ferreira fez uma turnê com dois shows: Bibi canta Sinatra, interpretando o repertório de Frank Sinatra; e 4x Bibi, com músicas de Edith Piaf, Amália Rodrigues, Carlos Gardel e Frank Sinatra. Assim era a carioca Abigail Izquierdo Ferreira: determinada a fazer arte, mesmo em cadeira rodas e com dificuldades de saúde.
Filha do ator e diretor Procópio Ferreira e da bailarina argentina Aída Izquierdo, Bibi Ferreira dizia ter nascido no teatro. Ela estreou na vida artística aos 3 anos de idade. No ano passado, a atriz foi internada para cuidar de uma desidratação.
Ela se casou oito vezes e teve uma filha, Teresa Cristina. Era considerada uma artista completa e fez sucesso com musicais, como Gota d'Água, de Chico Buarque e Paulo Pontes, My Fair Lady, Alô Dolly e Piaf, a Vida de uma Estrela da Canção, em 1983. Com este espetáculo, Bibi percorreu o Brasil inteiro e vários países, encerrando a turnê em Portugal.
Em 1960, ela inaugurou a TV Excelsior com o programa Brasil 60, no qual usava o recurso do videotaipe para transmitir reportagens das capitais brasileiras, apresentando o programa ao vivo, o que, até então, era comum na TV brasileira.
O espetáculo se desdobrou em Brasil 61, Brasil 62 etc. Na Excelsior, fez também Bibi Sempre aos Domingos. Em 1968, ela voltou à televisão, mas sem o taipe, e comandou na TV Tupi carioca o musical Bibi ao Vivo, com direção de Eduardo Sidney. No programa, Bibi apresentava, cantava e dançava, acompanhada da orquestra do Maestro Cipó, as coreografias de Nino Giovanetti no histórico auditório da Urca.
Bibi Ferreira nunca aceitou papéis em telenovelas. O teatro era o local onde ela dizia sentir-se à vontade. Poliglota, transmitiu muita credibilidade, que vinha de sua ampla cultura, e fazia isso com charme imbatível. Na transmissão que fez para a TV Tupi, em 1972, da entrega do Oscar, maior prêmio do cinema mundial, mostrou todo esse potencial.
Nos anos 90, Bibi Ferreira completou 50 anos de trajetória artística com o espetáculo Bibi in Concert. Em 2009, em homenagem ao Ano da França no Brasil, ela retornou ao Teatro Maison de France para reviver o musical Bibi Canta e Conta Piaf.