Sertanejo é condenado a 35 anos por matar ex-namorada dentista
Publicada:17/07/2025 11:34:00
Gabriel Anjos | Redação RedeTV!
O crime aconteceu em setembro de 2023
(Foto: Reprodução/Redes sociais)
O cantor sertanejo João Vitor Malachias foi condenado a 35 anos, 10 meses e 14 dias de prisão em regime fechado pelo assassinato da dentista Bruna Viviane Angleri. O julgamento, realizado por júri popular, aconteceu em Araras, no interior de São Paulo, onde o crime foi cometido em setembro de 2023.
A sentença, proferida pelo juiz Djalma Moreira Gomes Junior, também inclui penas pelos crimes de furto e destruição de cadáver, já que parte do corpo da vítima foi carbonizada. O magistrado negou ao réu o direito de recorrer em liberdade.
A defesa de Malachias, representada pelo advogado Diego Emanuel da Costa, afirmou que irá recorrer da decisão. “Vamos trabalhar em cima da fragilidade probatória e da observação da pena aplicada, que foi maior do que deveria, acima da média”, declarou ao portal Metrópoles.
Bruna foi encontrada morta na manhã do dia 27 de setembro de 2023, dentro da própria residência, no bairro Distrito Industrial, em Araras. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), o corpo estava sobre a cama, já parcialmente carbonizado. A Polícia Militar chegou ao local com o quarto ainda em chamas, e o incêndio foi contido pelo Corpo de Bombeiros. Nenhuma outra pessoa estava no imóvel.
A dentista tinha 40 anos e era mãe de uma menina de 6. Ela havia solicitado uma medida protetiva contra João Vitor, com quem teve um relacionamento. O cantor já havia sido denunciado por outra ex-companheira, inclusive por ameaça e perseguição, registradas em boletins de ocorrência.
Prova-chave
Um dos principais elementos da investigação foi a análise do celular do acusado. A perícia confirmou que o aparelho de Malachias se conectou à rede Wi-Fi da casa de Bruna exatamente às 0h15min48s do dia do crime, o que contradiz o álibi apresentado por ele, de que estaria dormindo na casa da avó.
Para os investigadores, o horário da conexão coincide com o momento estimado da morte. Apesar de estar preso temporariamente por feminicídio, o cantor insiste em sua inocência. O caso segue sob segredo de Justiça.
Segundo o Metrópoles, a apuração identificou que a vítima foi atingida por disparos de arma de fogo no rosto. Exames de raio-X encontraram estilhaços de projétil em sua face, que foram retirados por um médico legista. Fotografias feitas no local revelam que apenas a parte da cama onde ela estava foi destruída pelo fogo.
A perícia concluiu que não houve curto-circuito nem qualquer indício de incêndio acidental no cômodo, o que reforça a tese de que o fogo foi provocado para ocultar a real causa da morte.
A polícia acredita que a vítima foi morta com extrema violência, possivelmente após ser torturada, e que não teve chance de se defender.
Imagens de segurança analisadas pela Polícia Civil revelam os últimos passos de Bruna e João Vitor antes do crime. Na noite anterior, a dentista foi até um bar, de onde saiu sozinha às 22h34. Às 22h47, ela chegou em casa.
As mesmas câmeras flagraram um carro, registrado em nome da mãe do cantor, circulando nas proximidades do bar enquanto Bruna ainda estava no local. Um garçom confirmou ter visto Malachias no veículo. Já nas imagens do condomínio da dentista, uma nuvem de fumaça aparece às 0h28, indicando que o incêndio já havia começado.
João Vitor alegou ter chegado à casa da avó por volta das 20h30, mas os registros mostram que ele só apareceu ali às 0h58, após o crime. Permaneceu no local por apenas 25 minutos, saindo às 1h24.
Segundo a polícia, o cantor teria usado esse tempo para se limpar, trocar de roupa e seguir até a residência de seu produtor musical. Lá, foi visto às 8h46 abrindo o capô do veículo. Em seguida, pegou algo — supostamente o celular da vítima — e o colocou no bolso. Logo depois, foi registrado com um objeto embrulhado, que, conforme os investigadores, lembra um revólver.
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