Wagner Moura revela motivo que o fez se distanciar do cinema nacional
Publicada:12/05/2025 16:45:00
Pedro Brum/Redação RedeTV!
Em entrevista, ator fala sobre o futuro do cinema brasileiro e a conexão com sua língua materna
(Foto: Reprodução/Instagram)
Um dos maiores atores do cenário brasileiro, Wagner Moura compartilhou, em entrevista à revista norte-americana Vanity Fair, os detalhes de seu afastamento do cinema nacional nos últimos anos.
Após um período longe das telonas, o ator comentou sobre o significado de voltar a atuar em português no filme O Agente Secreto, que representa o Brasil no Festival de Cannes.
“Significou muito para mim simplesmente atuar e dizer coisas em português de novo, me reconectar com essa cultura. Nem consigo descrever o quanto isso foi importante para mim”, revelou o artista.
Wagner desabafou e explicou que o motivo de seu afastamento do cenário brasileiro foi o desânimo com a situação política do país durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Fiz Narcos, que era uma série, levou muito tempo, e dirigi um filme que levou três anos. Eu não estava empolgado com nada do que estava acontecendo no Brasil durante o governo Bolsonaro. Nada estava acontecendo”, afirmou ele.
Na entrevista, o ator também falou sobre a emoção de voltar a trabalhar em um projeto ligado às suas raízes culturais. Para ilustrar a diferença entre atuar em outros idiomas e em sua língua materna, ele recorreu a uma metáfora usada por seu colega Javier Bardem.
“Javier Bardem disse uma coisa que adoro: trabalha em inglês como se houvesse um grande escritório no cérebro dele, cheio de coisas acontecendo, e quando trabalha em espanhol, o escritório está vazio. É uma metáfora ótima. Não falava inglês quando era criança, tive que aprender. Mesmo quando trabalho em espanhol, é diferente, sabe? O português é minha língua materna. É a cultura também”, contou o ator.
Ele também demonstrou preocupação com a possibilidade de as novas gerações de cineastas brasileiros se distanciarem do cenário nacional: “Existem outros cineastas que me animam, mas não muitos. Comecei a me preocupar com esse hiato geracional: será que conheço os jovens cineastas brasileiros que estão fazendo coisas? Será que eles têm interesse?”.
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