Rússia lança maior ataque aéreo contra Kiev desde o início da guerra
Mariana Pires/ Redação RedeTV!Bombardeio atingiu pela primeira vez um prédio do governo ucraniano em Kiev, segundo autoridades locais
(Foto: Reprodução/Redes Socias)
A Rússia realizou neste domingo (7) o maior ataque aéreo contra Kiev desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. De acordo com autoridades ucranianas, foram utilizados cerca de 810 drones e 13 mísseis de diferentes tipos. Pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas.
Entre os alvos atingidos está, pela primeira vez, um edifício do gabinete de ministros da Ucrânia, no distrito histórico de Pechersky, em Kiev. Imagens registraram uma coluna de fumaça saindo do prédio que abriga escritórios do alto escalão do governo. Ainda não está claro se a construção foi atingida diretamente ou se sofreu danos por destroços de ataques próximos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou a ofensiva como “um crime deliberado” e voltou a pedir reforço de sistemas de defesa aérea aos aliados ocidentais. “Esses assassinatos agora, quando a diplomacia real já poderia ter começado há muito tempo, prolongam a guerra”, afirmou em publicação no X (antigo Twitter).
Segundo Zelensky, os ataques também afetaram as cidades de Zaporizhzhia, Kryvyi Rih e Odesa, além das regiões de Sumy e Chernihiv. Em Kiev, bairros residenciais foram atingidos, causando destruição em apartamentos e incêndios que mobilizaram equipes de bombeiros.
A Rússia confirmou a ofensiva e alegou que os alvos foram fábricas de armamentos, arsenais, aeródromos e infraestrutura militar. O Ministério da Defesa russo informou ainda que atingiu depósitos e bases de drones, estações de radar e locais de reunião de soldados ucranianos e “mercenários estrangeiros”.
A Força Aérea da Ucrânia disse ter abatido ou neutralizado 747 drones e quatro mísseis, mas confirmou nove impactos de mísseis e 56 ataques de drones em 37 localidades. Em oito delas, destroços caíram sobre áreas civis.
Líderes europeus condenaram a ação russa. O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que Moscou “se aprofunda cada vez mais na lógica da guerra e do terror”. Já o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, declarou que os ataques mostram que o presidente russo Vladimir Putin “acredita que pode agir impunemente” e “não está sério sobre a paz”.
A primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, destacou que “prédios podem ser restaurados, mas vidas perdidas não podem ser recuperadas” e cobrou que a comunidade internacional responda “não apenas com palavras, mas com ações”.
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